Tomé-Açu: Festival do Japão deve ganhar reconhecimento nacional
Deputado Raimundo Santos quer título para importante evento na maior colônia japonesa no Pará

Com a citação em epígrafe de criações literárias de Matsuo Bashō (1644–1694), ex-samurai e bardo nipônico, mestre inovador do haicai, poemeto de caráter popular que surgiu no Japão feudal do século XVI, e Paulo Leminsky (1944-1989), escritor, poeta, músico, crítico literário, jornalista, publicitário, tradutor e professor brasileiro, o deputado Raimundo Santos apresentou em 18 de julho o projeto de lei nº 3561 para reconhecer como Manifestação da Cultura Nacional o Festival do Japão no município de Tomé-Açu, no Estado do Pará.
Segundo o parlamentar, “o Festival do Japão no município de Tomé-Açu, na região nordeste do Estado do Pará, conhecida como a ‘cidade dos japoneses’ em uma população de 64.030 habitantes, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Censo de 2020, consolida-se como um evento que faz jus à grandeza da tradição e cultura nipônicas em 130 anos de relações diplomáticas entre Brasil e o país asiático, atraindo um público cada vez mais crescente e sendo prestigiado por autoridades e convidados especiais”.
O congressista afirmou ainda em sua justificação que “em sua quarta edição, que ocorre nos dias 18 e 19 desse mês de julho, a programação é vasta, diversa e cativante em realização da Associação Cultural e Fomento Agrícola de Tomé-Açu (ACTA), correalização da Prefeitura local, Sebrae e Consulado do Japão em Belém, além do apoio da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA)”.
Com uma série de atrações artísticas e culturais, o destaque no primeiro dia da programação – que ocorreu na sede da ACTA e na Escola de Língua Japonesa local – foram as oficinas de origami, ikebana e yukata, abertas a interessados em aprender as tradicionais técnicas e também a vestir o yukata. No segundo dia as atenções foram voltadas ao “Bon Odori”, com vendas de bebidas, comida típica japonesa, danças e atração musical com a cantora Emy Masaki, que apresentará clássicos japoneses.
Com o Festival, cuja fama repercute em cidades vizinhas e fora do Estado, o objetivo é perpetuar e expandir costumes e a cultura japonesa no município, considerado o berço da imigração japonesa na Amazônia, fato que também contribui até os dias de hoje na economia do Pará e do Brasil.
De acordo com artigo do Sebrae, repercutido na revista “Carta Capital” e publicado parcialmente em 28 de março passado, Tomé-Açu é reconhecida com a terceira maior comunidade japonesa no território brasileiro, e vem ganhando destaque mundial na produção agrícola.
“Durante as Olimpíadas de Tóquio, as amêndoas de cacau cultivadas no Pará, com selo de indicação geográfica, já atingiam a impressionante marca de 450 mil toneladas exportadas por ano, tendo o Japão como principal destino”, diz um trecho da abordagem.
A chegada japonesa em Tomé-Açu, há pelo menos 90 anos, começou com o cultivo de pimenta-do-reino, mas a prosperidade na produção chegou por meio da cultura cacaueira, indica a agência Sebrae em registro postado na data de 28 de novembro de 2024.